Algo em Azul
Filme apresentado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián 2016
Algo em Azul é mais um filme sobre Cantão, mas, desta vez, mas situa-se num tempo e espaço e até sotaque cantonês muito distintos do retratado em Oito Diagramas. Com a evolução da sociedade e o estabelecimento de novas regras, os jovens são confrontados com a exigência de lutar por um lugar num mundo onde todos os assentos parecem já ocupados, ou, então, de contar com um pai influente que lhes abra portas.
“Quatro jovens. Quatro estações. Uma cidade. Amor e ideais. Perplexidade com um certo alheamento.” Esta produção de baixo orçamento, meio improvisada e meio documental, dá prioridade à atmosfera mais do que à narrativa. Embora possa parecer amadora, transmite um certo realismo. Os protagonistas falham em arranjar emprego ou conquistar raparigas, mas os caminhos trilhados são cativantes e até inspiradores. Ao mostrar os jovens a vaguear pela cidade sem rumo, a conversar sobre nada em particular, o filme transforma-se quase num diário de viagem, que espelha o quotidiano existencial dos jovens cantonenses de hoje.
Realizador: LI Yunbo
Elenco: ZHANG Xingchao, YE Ruihong, ZHOU Jiaheng, LI Hui
Nota biográfica do realizador:
LI Yunbo
Com percurso anterior como crítico de cinema e experiência na televisão, LI Yunbo dedica-se à realização de filmes de baixo orçamento sobre a cidade e convida colaboradores que não se preocupam com honorários. Sendo um “estrangeiro sénior” em Cantão, não fala cantonês, no entanto, consegue captar nos seus filmes o quotidiano dos jovens locais e os respectivos percursos na cidade, o que confere aos diálogos uma naturalidade profundamente coloquial, repleta de um sabor autêntico cantonês.